quarta-feira, novembro 15, 2017

Sugestão de leitura: A grande Rutura: Olhares cruzados sobre Lutero e a Reforma Protestante

Sugestão de leitura


Porfírio Pinto (coord.) – A grande Rutura: Olhares cruzados sobre Lutero e a Reforma Protestante. Prior Velho: Paulinas, 2017, 253pp.

Este é um livro oportuno. Oportuníssimo! Não só porque surge num momento em que, oportunamente, nos dedicamos a ler o que diz respeito à Reforma Protestante (500 anos são mesmo uma data redonda!), mas também porque, nele mesmo, se cria a oportunidade para aquilo que, hoje, importa fazer com a Reforma Protestante: o encontro e o diálogo. Neste livro, reúnem-se vozes de diversos quadrantes do cristianismo, sendo, ele próprio, um, momento ecuménico.
A leitura deste livro permitirá, não só compreender o que justificou, há 500 anos, a rutura (e inclusive, perceber se Lutero pretendeu, de facto, fazer uma rutura!), mas, também, o que devemos, hoje mesmo, fazer com os desafios que a ação de Lutero implicou e implica.
Como tenho recordado, em diversas intervenções a propósito do ecumenismo, importa não ficar, estaticamente, à espera de que o outro dê o primeiro passo. Importa, pelo contrário, reconhecer quanto se ganhou com o modo de pensar do outro e dar o passo no sentido do encontro com esse outro. E esse é um registo a que se assiste, neste livro. Já não a atitude crispada de quem possui a verdade, mas a humilde posição de quem ouve os reptos que o outro tem a dizer.
Mais, ainda… Este é um livro que realiza o ecumenismo porque informa. Muito do combate contra o «outro» faz-se sobre a ignorância. O desconhecimento sobre o que o outro pensa contribui para a formação de caricaturas que criam obstáculo ao diálogo. Este é um livro que se propõe destruir essas caricaturas, partilhando o que pensam sobre si os diversos interlocutores e o que pensam sobre o outro, cruzando esses olhares numa dinâmica de escuta.

Este é um livro para estes tempos novos, tempos de encontro e de diálogo. Tempos de esperança para o movimento ecuménico. Porque é um livro honesto. Só na verdade partilhada pode construir-se o diálogo e o encontro. 

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